Pelo que me toca estou aqui,
entregue a meu sonho
que sem jeito me ponho
tão banal e distraída,
bem dentro me estranho
e de aperto me arranho,
de tão abstraída sufoco e
no cordão das letras
me evoco me discuto
sem métrica, nem rima,
no avesso do verso
que se procura porque
na palavra tem a cura,
tem o texto que é tergiverso
que é puro, uma mistura
e nenhum verbo assegura
pelo que me toca,
pelo que me invade ,
pelo que transbordo ou
pelo que só abandono e
esqueço pelo espaço
sem destino ou inscrição,
porque não me toco
mesmo de tudo isso
e fico por aí entre aspas
a esmo, como citação
isolada, ao acaso mencionada
pelo que me diz respeito,
deixa assim sem forma e sem jeito
porque nem de longe me agrada
entender o meu sujeito vago
irresoluto ou imperfeito.
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