Eu hoje vivi um momento interessante. A água tem um papel muito importante na minha vida. Através da água eu me renovo. Quando estou tensa procuro a água, quando estou alegre procuro a água, quando preciso pensar igualmente procuro a água.
Faz um tempo eu passei por uma tensão forte( acho que a mais forte que eu lembro) na qual eu tinha que tomar uma decisão de como agir e mudar algo que estava desabando. Quando tenho problemas, a primeira coisa que me falta é o sono e achei que baixando minha temperatura com um banho frio, a reação me deixaria mais calma. Sob a água fiquei um tempão e me passaram milhares de vidas na cabeça. Pensei se eu estava no tão famoso chão. Aquele que dizem que ninguém passa. Lá eu chorei e chorei e pensei e gastei algumas dezemas de litros de água( que os xiitas não me escutem) e concluí que se estava no chão , este era muito melhor do que eu pensava. Talvez porque fosse um chão apenas dentro de mim.
Bom, o episódio se resolveu. Igualmente não relaxei e nem dormi, mas resolvi o problema.Ou o problema se resolveu.
Hoje vivi um momento proporcionalmente inverso. Estou muito bem e tomei um longo banho quente para me aquecer, depois de ter assistido a um belo filme de amor! Fiquei lá , sob a água e de olhos fechados e senti como se não fosse mais eu. Eu era como a água que fluía. Lembrei daquele dia e pensei que me sentia curada de mim mesma.
Quando eu penso que já se passaram 45 anos e eu ainda não fiquei velha.
Assisti um filme chamado " Entre lençóis", que poderia ser uma piada vulgar. Não é! Valeu a pena porque, além de ter duas obras primas da natureza em nu, Reinaldo Giannechine e Paola Oliveira , que são muito lindos, o mais fascinante é que a verdadeira beleza era a que os atores emprestaram aos personagens. Deram de seu conteúdo mais humano. Muito legal ver como se tornaram tão mais belos porque mostravam suas feiúras, suas inseguranças, falhas.
Acho que é isso o que eu venho pensando ultimamente, que o que torna um episódio legal não é sua casca, mas seu conteúdo. O conteúdo que seus personagens emprestam a ele.
Será que eu não consigo mostrar minhas feiúras e me torno uma casca oca e morta? Um pirão sem sal?Um Claudinho sem Bochecha?
Eu também descobri que escrever é verdadeiramente mágico. Fantástico. Pura adrenalina. Ainda não descobri se é pra sempre...
Não sei se esse diário pretende falar de coisas convencionais , de metafísica, de emoções, mentiras sinceras que me interessam.
Ainda relendo , me peguei falando na primeira pessoa do plural! Fugindo da raia! Eu não preciso que 6 bilhões de pessoas sejam como eu.
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