Entrei no compartimento da Linda, estava meio escuro, as partículas minúsculas de poeira dançando sobre um fio de luz. Olhei em volta a procura de algum sinal da moradora reclusa daquela minha janela . Estendi a mão e apertei no "Enter". Pura fototaxia! Lá estava ela com seu sorriso suave e bondoso a espera de qualquer oportunidade para participar da cena. A luz entrou. Abri as janelas e deixei que a srta. O'mahley caminhasse um pouco sobre o teclado a fim de desenferrujar as letras e começar a articular e verbetar . O tom musical de seus passos sobre os botões começou a tecer ficção, acionando um sei lá do que há de permanente nas coisas que mudam .......
Respirei aliviada, por um instante cheguei a imaginar que não estaria mais ali. Asfixiaria sem o verbo, sem flexão, sem abstração .
Deixo na tela um pouco da sua locução estereotipada, impressa em seu diário, que é mais ou menos assim :
" este é um trecho do meu roteiro,
nunca está inteiro
porque é só passageiro, um fragmento
nada lisongeiro,
um dispositivo,
uma mistura que oscila na
substância do tempo
que eu vivo
com as ênfases que eu acolho..."
Bj oxigenado
de Lind@
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