Esta é uma avalancha de palavras. São palavras que não se destinam e nem se compreendem, apenas se libertam.
domingo, 28 de novembro de 2010
Quem não se comunica se trumbica...
Sintaxe Mental
Hoje eu conversava com uma pessoa que nunca havia visto, uma estranha, mas identifiquei nela os sintomas de alguém que está despertando para uma realidade que está patente diante de todos nós, mas nem sempre desejamos vê-la. Algumas vezes ser certinha é incômodo.
Sou uma confusão resultante da mistura das idéias que aprendi a acreditar ao longo da minha travessia e da certeza de que tudo precisa ser revisto a partir de uma nova ótica, livre de parcialidade e preconceito.
Meu cinismo já se tornou virtuoso. ( Hoje eu li que a palavra virtude buscada em sua origem significa poder...pense nisso enquanto eu lhes digo até amanhã- lembrei dos programas de Ivete Brandalise na rádio Guaíba com aquele tom de voz confiante e repleto de convicção). Convicção é algo que se tornou difícil para mim. Nunca mais obtive dentro de mim um imperativo afirmativo.
Somos preordenados, controlados, manipulados e achacados em nossa indivi-dualidade. Somos individuados e somos duais. Esta dualidade que nos equilibra fica desbalanceada porque estamos imersos em substâncias que não são nossas. Essas duas partes precisam estar coerentes e unas, integradas. Caso contrário ficamos parecendo uma cópia falsificada de nós mesmos. É como se estivéssemos por hora desnorteados.
Daí eu faço piadas com a mimha própria incredulidade. Sou uma caricatura da boa moça que gostaria de rabiscar no meu layout, esta é a minha forma de ficar em cima do muro.
- Duas xícaras de café por favor, quero acordar!
Não dá para simplesmente usar as regras de sintaxe e refazer o texto adequado. A vida não se reescreve.Não dá para ser mais um espaguete na pasta sob o molho pesto e ser engolida na mesma garfada?
Eu não faço sentido sempre e nem tento, mas me causa fastio às vezes quando olho a minha volta com minhas lentes avaliativo-rigorosas.
Quem mesmo será que penso que sou?
Acho que sou uma pedante, pretensiosa e presunçosa . Dito isso explico que cheguei a esta última conclusão observando o altruísmo de meu cachorro Stuart.
Enquanto eu escrevia este post ele me olhava e de repente sem mais colocou a pata dianteira sobre o meu croc. Ficamos de pés dados e refleti o quanto estou distante da harmonia quando o Stuart fez aquele olhar de tóch tóch Melinda. Tolinha!
Se este texto sugere que não cheguei a lugar algum, diria que é exatamente onde estou...no limbo inquisitivo do mokshanonhilum...
beijo tóch tóch
da Lind@
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
NAMASTÉ
domingo, 14 de novembro de 2010
Quando me acompanho...
sábado, 6 de novembro de 2010
Cale-se...
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Fascinação
Ontem eu e uma amiga de longa estrada fomos ao centro comprar umas coisinhas e enquanto andávamos pelo calçadão minha amiga virou e falou " como o mundo mudou né" , continuou " tudo mudou tanto"." Tu te lembras como tudo era antes? " Claro que lembro, respondi. " Tu achas bom?"
Esbarrei na pergunta. Pensei um segundo e larguei no impulso : acho.
O fato é que eu gostava do mundo como era, mas gosto dele agora. Sinto imensa saudade de certos ingredientes que temperavam a vida antes, mas é estranho, a vida é impermanente. Gosto de todos estes ingredientes no tempo deles. A sensação desta percepção me assombrou até.
Eu percebi que as histórias do passado pertencem ao passado. Não é incrível a nossa capacidade de transitar pelo tempo.
Eu gosto muito de mim como estou , de minha vida e tudo que me cerca como está. Não que não tenha saudades e não adore beber os cheiros do baú de histórias que me integram, mas todas as coisas que passaram só cabem no passado e no momento que existiram.
Percebi o quanto somos dotados de capacidade de adaptação. Aliás a adaptação é uma lei natural da existência. Animais, genes e demais espécies se adaptam . Nosso corpo se adapta e nosso cérebro se adapta.
A ciência afirma até que nossa sensação de eternidade é um atributo de um kit anti-enlouquecimento. Imaginar que nunca acabaremos é uma forma de sedar nossas angústias e nos dar tempo para sorver cada gota do jeito certo.
Sim, eu também tenho uma tese de que o jeito certo é o jeito que é ou o jeito que está. Talvez seja prático, mas eu penso que tudo acontece como deve acontecer, com um pouco de caos é claro, pra não faltar adrenalina.
Outro dia me vi em um vídeo e fiquei perplexa. Era outra pessoa, talvez alguém que não me fosse muito familiar. Era eu em um outro tempo ou momento de mim. Hoje tenho mais intimidade comigo.
E o sentimento que fica de toda esta experiência de viajar no tempo é o deslumbramento. Acho a vida deslumbrante do jeito que é. Fico encantada quando as luzes acendem o palco.
Fico aqui com uma frase do Aristóteles que me fascina "o legal é sair de cena como se sai de uma festa, nem sedento e nem bebido..."
beijo lindo
da Linda
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Sessão Remember
Eu confesso que os pezinhos começam a dançar sozinhos e as histórias voltam como um filme romântico . Que delícia isso de recordar e reviver coisas do baú ou nem tão baú. Ainda adoro e acarinho com a mesma emoção. Mas acontece que hoje há um leque tão imenso de bandas e o acesso à novos nomes talentosos é tão intenso que é de perder o fôlego.
Eu até me considero pobre em cultura musical, se considerar o volume de produção musical que cresce de forma descomunal.
Hoje o alcance às mídias é mais fácil. Qualquer músico pode publicar seu trabalho em blogs e no Youtube, considerando a mais simples das possibilidades. Claro que a concorrência é maior .Entretanto explodem versões e estilos de grande qualidade .
Claro que há muito entulho, muito material feito para cooptar massas ( não que eu não seja massa) e vender os milhões de cópias, mas que não tem conteúdo ou criatividade. Há zilhões de músicos que vivem apenas os minutos de fama e depois caem no profundo abismo dos esquecidos. Fogo de palha.
Apesar disso, é importante ressaltar que esta diversidade revela muito do que o mundo "civilizado" se tornou.Fugaz! Os novos nichos cada vez mais exóticos e heréticos que surgem no meio artístico significam a rápida mudança que acontece debaixo dos nossos narizes. É nitroglicerina pura.
Mas música é tudo. É poesia, magia, metamorfose , um toque de midas no dia simples. É um luxo. Aprender a entender e curtir música também é um universo. Abrir o ouvido para novas batidas e penetrar nestes tantos guetos culturais que estão disponíveis. "Crise de ansiedade."
Não falo só dos segmentos afeitos às galeras jovens(lato) e à molecada, falo daquela linguagem que não tem tempo, que fica sempre atual e que é a boa música, do pop ao erudito ou ao clássico, ao cult. Amo musicar meus tempos.
Eu tenho uma amiga que quando completou trinta anos fez um CD com a história das músicas de sua vida ou pelo menos as mais marcantes. Muito.
Outro dia li um texto sobre a história da cantora francesa Edith Piaf que tem uma história envolta em glamour, escândalo e tragédias. Morreu aos quarenta e seis anos e tornou-se imortal por canções como "La Vie en Rose" e "Ne Me quitte pas". Edith Piaf é um exemplo para mim de como podemos abrir a mente para novos prazeres. Na minha juventude eu seria incapaz de reconhecer a beleza do trabalho de Piaf ou seu contexto de vida.
E hoje, talvez eu nem ligasse para Christopher Cross ou Doobie Brothers. É por isso que tudo se torna tão interessante. Somos nós em diferentes contextos que nos despertam para novos prazeres e saberes. São encaixes para os nossos momentos.
Minha mãe era apaixonada por tangos e boleros . Gostava de Adoniran, Lupicínio . Meu pai aficcionado por clássicos de Sinatra, Kelly , Charleston, Blues e claro Altemar Dutra e Angela Maria. Meu irmão por rock metal claro . Led Zeppelin, Triunvirat, Rolling Stones, Pink Floyd, Bob Dylan. Meus pais são da Era do Rádio. Fui criada ouvindo "a música da Guaiba". A vitrola era de madeira. Credo. O rádio era forrado com couro verde. Era lindo. Mais tarde surge a FM com a finalidade de focar na música.
Mais tarde tive um gravador com microfone. Era o máximo. A fita cassete revolucionou tudo. Lembro de gravar músicas do rádio. Que emoção.
Todos estes acabaram exercendo influências. São milhares de trilhas sonoras para uma vida. Tem ainda toda a MPB que é o filé mignon da nossa história musical. Nos oitenta vieram Cazuza, Renato Russo, Frejat, Paralamas, Ultraje, RPM, Titãs, Arnaldo Antunes, Lulu, Nenhum de Nós, Skank , Jota Quest, Engenheiros do Havaí, Kid Abelha, Camisa de Vênus, Cidade Negra, Patofu e ene outros .
Mais algumas centenas nos anos noventa e dois mil como Cold Play, Lenny Kravitz, Jack Jonson, John Mayer, Alanis Morissete, The Verve, Aersosmith, Laurin Hill, Paula Cole, Nora Jones, Foo Fighters, Gotan Project, Ben Harper, The Coors,enfim...a música vai continuar a dar o tom e coreografar a dança dos meus melhores prazeres. Vai acalentar minhas lembranças e sacudir-me por dentro e fora.
Não dá pra falar de todas as canções que amo e das que ainda vou amar e nem precisar a dimensão do seu significado, por que não dá pra mensurar paixão.
superbeijo lindo
da Linda