terça-feira, 2 de novembro de 2010

Sessão Remember

Hoje foi dia de sessão remember. Achei um CD com uma coletânea de músicas que embalaram minha vida nos anos oitenta. São músicas do Doobie Brothers que é uma banda americana dos anos setenta "What a fool believes" e Christopher Cross com as maravilhosas baladas " I never be the same", "Saling", "Ride like the wind" .


Eu confesso que os pezinhos começam a dançar sozinhos e as histórias voltam como um filme romântico . Que delícia isso de recordar e reviver coisas do baú ou nem tão baú. Ainda adoro e acarinho com a mesma emoção. Mas acontece que hoje há um leque tão imenso de bandas e o acesso à novos nomes talentosos é tão intenso que é de perder o fôlego.

Eu até me considero pobre em cultura musical, se considerar o volume de produção musical que cresce de forma descomunal.


Hoje o alcance às mídias é mais fácil. Qualquer músico pode publicar seu trabalho em blogs e no Youtube, considerando a mais simples das possibilidades. Claro que a concorrência é maior .Entretanto explodem versões e estilos de grande qualidade .

Claro que há muito entulho, muito material feito para cooptar massas ( não que eu não seja massa) e vender os milhões de cópias, mas que não tem conteúdo ou criatividade. Há zilhões de músicos que vivem apenas os minutos de fama e depois caem no profundo abismo dos esquecidos. Fogo de palha.


Apesar disso, é importante ressaltar que esta diversidade revela muito do que o mundo "civilizado" se tornou.Fugaz! Os novos nichos cada vez mais exóticos e heréticos que surgem no meio artístico significam a rápida mudança que acontece debaixo dos nossos narizes. É nitroglicerina pura.


Mas música é tudo. É poesia, magia, metamorfose , um toque de midas no dia simples. É um luxo. Aprender a entender e curtir música também é um universo. Abrir o ouvido para novas batidas e penetrar nestes tantos guetos culturais que estão disponíveis. "Crise de ansiedade."


Não falo só dos segmentos afeitos às galeras jovens(lato) e à molecada, falo daquela linguagem que não tem tempo, que fica sempre atual e que é a boa música, do pop ao erudito ou ao clássico, ao cult. Amo musicar meus tempos.

Eu tenho uma amiga que quando completou trinta anos fez um CD com a história das músicas de sua vida ou pelo menos as mais marcantes. Muito.

Outro dia li um texto sobre a história da cantora francesa Edith Piaf que tem uma história envolta em glamour, escândalo e tragédias. Morreu aos quarenta e seis anos e tornou-se imortal por canções como "La Vie en Rose" e "Ne Me quitte pas". Edith Piaf é um exemplo para mim de como podemos abrir a mente para novos prazeres. Na minha juventude eu seria incapaz de reconhecer a beleza do trabalho de Piaf ou seu contexto de vida.

E hoje, talvez eu nem ligasse para Christopher Cross ou Doobie Brothers. É por isso que tudo se torna tão interessante. Somos nós em diferentes contextos que nos despertam para novos prazeres e saberes. São encaixes para os nossos momentos.

Minha mãe era apaixonada por tangos e boleros . Gostava de Adoniran, Lupicínio . Meu pai aficcionado por clássicos de Sinatra, Kelly , Charleston, Blues e claro Altemar Dutra e Angela Maria. Meu irmão por rock metal claro . Led Zeppelin, Triunvirat, Rolling Stones, Pink Floyd, Bob Dylan. Meus pais são da Era do Rádio. Fui criada ouvindo "a música da Guaiba". A vitrola era de madeira. Credo. O rádio era forrado com couro verde. Era lindo. Mais tarde surge a FM com a finalidade de focar na música.

Mais tarde tive um gravador com microfone. Era o máximo. A fita cassete revolucionou tudo. Lembro de gravar músicas do rádio. Que emoção.

Eu amava o Fred Mercury, os Carpenters, ABBA, James Taylor, Cat Stevens, Beatles, Phil Collins( Genesis), Elton John , Glória Gaynor, Eart, Wind and Fire, Billy Paul, BJ Thomas, Jorge Benson, Stevie Wonder, Madonna, Cid Oconnors , Donna Summer, Alessi, Bee Gees, , Simple Red, Eric Clapton, Information Society, The Cure, Men at work, Duran Duran , The Police, Bruce Springteen,Tears for Fears, U2, Suzanne Veiga, Dire Street( Mark Knopfler), Tina Turner (We don´t need another hero/clássica). Outros nem considgo lembrar.

Todos estes acabaram exercendo influências. São milhares de trilhas sonoras para uma vida. Tem ainda toda a MPB que é o filé mignon da nossa história musical. Nos oitenta vieram Cazuza, Renato Russo, Frejat, Paralamas, Ultraje, RPM, Titãs, Arnaldo Antunes, Lulu, Nenhum de Nós, Skank , Jota Quest, Engenheiros do Havaí, Kid Abelha, Camisa de Vênus, Cidade Negra, Patofu e ene outros .

Mais algumas centenas nos anos noventa e dois mil como Cold Play, Lenny Kravitz, Jack Jonson, John Mayer, Alanis Morissete, The Verve, Aersosmith, Laurin Hill, Paula Cole, Nora Jones, Foo Fighters, Gotan Project, Ben Harper, The Coors,enfim...a música vai continuar a dar o tom e coreografar a dança dos meus melhores prazeres. Vai acalentar minhas lembranças e sacudir-me por dentro e fora.


Não dá pra falar de todas as canções que amo e das que ainda vou amar e nem precisar a dimensão do seu significado, por que não dá pra mensurar paixão.


superbeijo lindo
da Linda

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