sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Quarenta dias e quarenta noites: a vida sem bugigangas

Com um invencível sono eu( já estou dormindo) registro as impressões do vigésimo sétimo dia de abstinência consumista. Fiz uma centena de coisas, mas entre elas pesquisei dois preços. Olha que maravilha.
É impressionante como existe uma diferença estratosférica entre os preços praticados em diferentes lojas e serviços.
O primeiro foi uma latinha de quilo de esmalte para ferro preto. Na loja A a latinha custava R$ 17, 90 , na loja B a mesma latinha custava R$ 12, 00. Uma diferença absurda de quase cinquenta por cento(eram da mesma marca).
Na loja A, a moça ainda tentou me empurrar uma tinta que era a segunda linha da marca X, mas com preço mais acessível. Não sei como não caí. Faço o gênero pato.
Mas no segundo caso foi pior. Como ontem choveu muito aqui em Bigrivertown molhou o freio do carro. Daí hoje estava fazendo um barulho e eu resolvi ver se não era por causa das pastilhas. Entrei na primeira loja, uma marca famosa e oficina especializada. Qual o valor? R$300,00. Tinha horário para 13;30h e o carro fica a tarde toda. Caiu-me o queixo. Uma outra ocasião lembro de ter trocado pastilhas de freio por uma valor que nem me chamou atenção. Eu quase me resignei. Pensei que talvez eu estivesse desatualizada.
Fui a outra loja, que não fazia este serviço , mas me indicou outra que fazia.
Cheguei na loja e perguntei se faziam o serviço e o rapaz me disse que sim. Qual o valor? R$ 80,00. O serviço leva em torno de uma hora e meia e não tinha horário para hoje.
Fico pensando como pode alguém sair tanto da casinha.
Na loja renomada o rapaz , mesmo sem considerar a quilometragem do carro já determinou a troca de discos, pastilhas e fluido do freio. Incluia uma revisão geral. Era pegar ou largar.
Na segunda loja o rapaz disse que talvez não fosse necessário trocar pastilhas , poderia ser a própria borracha que estava fazendo o barulho.
Impressionante.
Ah teve também a diferença do valor dos exames de sangue no laboratório e até do tempo de jejum, que no segundo é de oito e no primeiro é de 12 horas. Odeio jejum de 12 horas. Acho um acinte.
É a economia de mercado. Lei da oferta e procura mesmo. E também lei do João sem braço que se dá bem com muitos desavisados ou mesmo com os abonados de plantão.
Vou me tornar uma pechincheira profissional. Não dá para viver em um país com economia de mercado e não usar do direito do consumidor de procurar preço e qualidade.
Mas são 27 dias sem comprar. Poderia passar os próximos 4 meses, não ia me fazer falta.
beijo sonolento e cambaleante
da Linda

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